Hoje, a tarde me chega calma, em tons pastéis...
A fumaça, desfaz, remove e move as impressões de céu ainda impregnadas em minhas mãos.
As folhas, indiferentes às estações, como que dançam sob o sol...
Despreocupadas com sua finitude...
Alheias a qualquer platéia...apenas são...apenas dançam a música do universo.
As páginas, abertas, a espera de algo que as pinte...de um suspiro que as signifique.
Nas paredes, as cores que saíram de mim.
Resquícios de sentimentos regurgitados, mal resolvidos...
Prendam-se os vermelhos sangue nas paredes!
Pretendo agora, apenas o voo de qualquer pássaro ou borboleta...
Apenas as cores, que me traçam gente simples e sem muitos esboços.
Hoje, quero ser aquela tua amada não louca...
Quero deixar a tarde passar sem desenhar elaboradas estórias traçadas a giz...,
que a chuva sempre apaga,
e o que resta no fim é nada...
e o que resta no fim são sempre as já choradas lágrimas e a já conhecida loucura.
Hoje, permitirei apenas a superfície clara e este azul em mim.
Hoje, pretendo apenas a poesia das sensações que já foram e do dia que já não é.