Se sou mais que uma pedra ou uma planta?
Não sei.
Sou diferente.Não sei o que é mais ou menos.
Fernando Pessoa.

sábado, 27 de agosto de 2011



SUSTENTABILIDADE.

A economia gaúcha cresceu 5,8% no segundo trimestre comparada ao mesmo período do ano de 2010, que por sua vez já havia sido o maior dos últimos anos de estabilidade do real.
Santa Rosa é uma das cidades do estado que vive seu pleno crescimento econômico. O desenvolvimento da área agrícola e do setor civil, que tem sido duas áreas de destaque no município nos últimos anos, levam ao desenvolvimento indireto de diversas outras áreas.
Duas das nossas grandes empresas que trabalham com o recebimento de grãos, anunciaram o investimento de 15 milhões  para expansão das mesmas, nosso frigorífico, com ou sem restrição de  carne suína,cresce plenamente, prova disso é sua expansão física...
Os leitores devem estar perguntando-se a necessidade de informações tão óbvias, respondo que, apenas para constatarmos juntos nosso crescimento e para que possamos, não importando a tendência ideológica , analisar  a sustentabilidade deste crescimento.
É de conhecimento público que nossas grandes empresas estão situadas DENTRO da cidade, gerando problemas de trânsito, contribuindo para com a morte do nosso rio pessegueirinho, fazendo com que respiremos ora cheiro de leite condensado, ora cheiro de suínos, em determinados dias deixar uma roupa branca no varal serve como ônus da prova do pó de grãos que circula pelo ar. A grande justificativa de nossos empresários e políticos é de que a cidade cresceu e aproximou-se das fábricas.
A pergunta é a seguinte: E por que é que as empresas continuam crescendo DENTRO da cidade? Não há uma área industrial para isso? Se vivemos esta problemática hoje , o que acontecerá em 30 anos? E qual o motivo de tantas reservas para assumirmos o problema se, no momento em que o agente poluente sai de suas cercanias e fere o direito do outro, o assunto deve ser tratado como de utilidade pública????
Profissionais da área da saúde e estudos comprovam a relação da poluição do ar e o aumento do número de internações por problemas respiratórios, bem como o aumento anual do consumo de remédios para renites e problemas alérgicos causados pela poluição, ou seja, sobrecarrega-se o já tão debilitado SUS, e onera-se a população com gastos em fármacos que com o tempo serão origem de outras mazelas.
Qual é o custo disto para os cofres públicos?????
Não podemos erguer bandeiras de estagnação econômica, mas precisamos ser, enquanto seres humanos, responsáveis o suficiente para discutir, sem ransos, assuntos que dizem respeito a toda a população.
É imperativo que o desenvolvimento tecnológico venha acompanhado do desenvolvimento cultural e sustentável . É importante que as discordâncias existam, (pois de que valeria uma unanimidade burra ? ) porém elas não devem impedir o debate sério e a busca por soluções que tenham como prioridade  o bem estar comum, direito, por sinal, garantido na constituição.

terça-feira, 23 de agosto de 2011



 Como vovó já dizia....

Tomar decisões tem sido a grande tarefa do ser humano. Acordamos e a situação já começa...
Que roupa vestir, café ou leite, fritas ou alface,ir ao trabalho a pé ou a cavalo...?
Ser sincero com as pessoas ou manter a amizade, segurança emocional ou financeira...
Ter filhos ou não 5 ou 6? I pod, I pad, hi-fi, wiiiiiiiii....!!!!!!
Em um dado momento o individuo cansa, pane geral.
Pára no meio do caminho, pré-estabelece a eterna rotina e para não precisar decidir não muda nunca mais.
E os dias seguem iguais, com suas repetitivas 24 horas.
O cinza predomina, os olhos não brilham...
E a menos que o cara já esteja morto por dentro, chegará o dia em que não suportará mais o marasmo, os dias viciados e viciosos e de novo terá que decidir.
Sim senhores! Este é o fato que me faz crer que as decisões são tão imprescindíveis na vida quanto o alimento....a dúvida é o que nos move...a coragem é o que nos faz errar...
Os erros nunca são perda total, sempre há...sempre resta algo.
O rumo do caminho depende da esquina escolhida.
Então nos resta apenas tomar a própria vida nas mãos e fazer tudo aquilo que realmente amamos.
As decisões são sempre mais fáceis quando sabemos para onde queremos ir. E como saber? Decidindo por aquilo que faz nosso coração bater mais forte e que mesmo sendo de gosto duvidoso para meio mundo nos faz imensamente feliz.
Fernando Pessoa exprime em poesia o que minha avó também dizia:


“PARA SER GRANDE, SÊ INTEIRO,
NADA TEU EXAGERA OU EXCLUI.
SÊ TODO EM CADA COISA,
PÕE QUANTO ÉS NO MÍNIMO QUE FAZES.
ASSIM EM CADA LAGO A LUA TODA BRILHA
PORQUE ALTA VIVE “


segunda-feira, 15 de agosto de 2011



Libertinagem ou Haikai ?

Sexo é ato, fato!
E o amor coitado,
Tão abstrato.....

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Nudez


De súbito, uma saudade.
Daquele riso fácil, da falta de noção de mundo.
Da ignorância  a respeito da maldade como meio de poder.
Saudade de acreditar em uma igreja, em um partido, em uma pessoa.
Tudo muito bem organizado,
Nada a questionar , nem um mundo a salvar .
Isso já fazem uns bons vinte anos.Quando ainda existiam as quatro estações.
No tempo em que as tardes de inverno eram de uma luz limpa e o cheiro de bergamotas impregnava o ar...
E na chegada da primavera, as pitangas....
Ah, as pitangas!
Com todos os tons de vermelhos e roxos que se diziam pretos...
Amoras e frutinhas do campo....flores minúsculas... o vento no rosto....o cabelo emaranhado e sem a menor necessidade de ser diferente.
Tudo tão perfeito...pintura bucólica, poesia em estado líquido...
O pensamento da mocinha, porém já estava a percorrer novas sensações e realidades.
E nunca mais voltou.
A criança sem família,a morte, as drogas, as religiões que exigem subserviência. Um Deus que vê isso é bom ou é mau?O amor, o que é afinal?E o pecado?E que borboletas são estas a voar no estômago?
Leu a bíblia, estudou Buda , mantras e tantras, teve amores tantos e tontos.
E descobriu Freud,Charcot,Jung , Hannah e outros Pessoas que foram tecendo sua cabeça,
Desfazendo seu ser.
E nada mais veste sua pele agora.
Não existem padrões que compreendam sua alma.
A liberdade de pensamento é ampla e assustadora.
A solidão, subterfúgio para esta falta de semelhança.
As roupas de mocinha já não vestem a mulher...
O segundo passado já a fez novamente outra...
E daquelas tardes com sabor de pitangas?
Restou apenas a cor em suas unhas vermelhas.

terça-feira, 2 de agosto de 2011


Meus braços ficaram no ar, a espera do abraço.
Meus dedos, definem esta solidão em um simples traço
que mancha o papel e desliza sob a face,
Os dias de chuva quando assim solitários, são doces.
Tão doces quanto a memória do nada...pura paz.
As nuvens derramam-se,
As árvores gozam as gotas por instantes verdes,
Meu azul espalha-se pele, boca e sentidos...
E aquele abraço, já não mais importa.