Se sou mais que uma pedra ou uma planta?
Não sei.
Sou diferente.Não sei o que é mais ou menos.
Fernando Pessoa.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Impressões.

As madrugadas me caem bem,
O nascer do dia...
O silêncio e a simplicidade da cidade que acorda sonolenta,
A rua e suas pedras tortas, espera também em silêncio
os passos apressados do mundo que desperta.
E eu como que num sonho percebo
os pedaços de céu que carrego em minhas mãos.

Os sonhos moram na ponta dos dedos.

Tão incertas minhas vontades,
Que tento já nem querer mais,
Se por onde passo a confusão se estabelece,
hoje procuro sequer estar.
Palavras tortas,
tranco a porta, da casa e da alma.
Para que minha dualidade não ultrapasse  meu próprio espaço.
              Minhas flores, Estão mortas!
              Meu jardim, Sem as estrelas!
E esse repetir-se que não cessa,
Como se tudo já houvesse sido feito ou pensado.
Só mesmo a borracha é que melhora esta indole fraca que possuem meus versos.
Só mesmo a morte para calar a voz destes dedos roucos que escrevem
como se estivessem construindo castelos para guardar os sonhos.

simplicidade.

Uma Chuva de pétalas amarelas
colore o chão, junto com os últimos raios de sol...
Um dia surreal, feito obra de Salvador Dali.
E eu a pensar poesias, a descrever quimeras.
Mais um dia, acaba.
Mais uma manhã, recomeça.
Divina comédia- da vida!
Divino espetáculo- do sol!
E a borboleta de tão encantada , pousa na flor do meu vestido.
                     

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Páginas e telas em branco,
durante dias!
Sorriso distante....
O peso concreto da obrigatoriedade diária.
Sonhos pendurados nos fios de um varal,
Poesias diluídas em quilos de sabão em pó.
Só restam bolhas,
feito pequenos mundos,
com seus sentimentos frágeis e dispersos
que espalham poesias transparentes pelo ar.

desdobramentos.

Minha alma vestiu-se de heavy metal...
Fez parceria com heróis loucos...
Deitou-se com amores tontos...
E achou pouco.
Vestiu-se de bailarina e beijou outra menina,
Só prá ficar na ponta dos pés.
Minha alma perdeu-se por entre os hippyes
Acreditou no amor livre...
na paz...
e partiu para a guerra...
Guerra comigo mesma, com este corpo
que ficou parado, estagnado,
nos momentos em que ela aprendia....
a ser mulher, a ser amante, a beber vida a todo instante.
Minha alma vestiu-se de deusa
e já não combina com este corpo mortal,
sem tempero,
sem sal.

Sobre a inutilidade das fugas.

Nem ópio, nem ócio
Nem absinto,
me libertam do labirinto....
Nem pó,
Nem beck,
Nem ice
Derretem o gelo que me cerca.

Indefinições de personalidade.


Nem sempre estou presente,
Nem sempre sou gente, que pensa e faz.
Sou ás vezes semente,
árvore dormente, que só faz balançar,
Nem sempre sou eu mesma,
nem sempre amo,
nem sempre quero,
Nem sempre sonho,
E nesses dias assim,
apenas espero...
o dia passar,
a vida voltar
e o inverno acabar.

Sobre aquilo que não pode ser palavra.

Não há nada que eu escreva, que possa contar
desse sentimento que sinto...
Feito vento frio, excitante,me faz arrepiar a pele...
Feito beijos, apenas imaginados.
Não há palavras que materializem esta presença imperceptível que me cerca...
energia de mundos perdidos,
entre esquinas de nuvens comestíveis e copos vazios de ócio,
onde me perco e encontro a cada poema teu.
Não há nada que eu escreva, que  descreva este caos de lógicas que me habita
Nada que explique, este desejo insano de sentir o mundo...



e de viver a vida sem fechar os olhos.