Hoje acordei com desejos de ser outra.
Outra pessoa.
Ou O Pessoa, que era tantos,
que tornou-se vários.
Fiquemos com ele então...
Qualquer música, ah, qualquer,
Logo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer impossível calma!
Qualquer música!- guitarra,
Viola, harmônio, realejo...
Um canto que desgarra...
Um sonho em que nada vejo....
Qualquer coisa que não vida!
Jota, fado, a confusão
Da última dança vivida...
Que eu não sinta o coração!
Fernando Pessoa.
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