Devaneio encantado...
Em delicadas caixas de ninar, guardo meus sonhos...
Guardo teu olhar !
Escondo meu sono!!
Bailarinas encantadas escrevem sua dança nas asas de um pirilampo,
e o mundo tão vasto e gasto torna-se luz e cor.
Guardei meus sonhos, em delicadas caixas de ninar..
E agora, deito este corpo cansado, em nuvens inexistentes
para que as antigas cantigas adormeçam meus pensamentos....
Procuro sempre ser realista.! Tenho meus pés firmemente plantados no chão e minhas mãos a brincar com as estrelas...
Se sou mais que uma pedra ou uma planta?
Não sei.
Sou diferente.Não sei o que é mais ou menos.
Fernando Pessoa.
Não sei.
Sou diferente.Não sei o que é mais ou menos.
Fernando Pessoa.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Pensar e escrever, ler e pensar e escrever,
Reorganizar o universo, o momento e o verso.
Conhecer, reconhecer, pertencer a algum lugar mesmo sem estar.
Não apreender o desenho, a forma, apenas o olhar...
Deixar a cor viver.
Ser e não ser,
Crer no tolo egoísmo de aceitar o cada um e seus caminhos, posto que a brisa não é leve ...
O destino é incerto, para todos !
Tanto o do beija-flor
quanto o da flor que é beijada.....
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Sobre mais uma madrugada.
Há um poema preso na garganta, resultado de um saber que não deve ser dito.
A verdade, em todos os sentidos é perversa.
A mentira em todas as ocasiões gera ansiedade.
Há um pássaro preso na gaiola aberta,
Há o tempo perdido na gaveta, as poesias no bolso e os sonhos nas mãos,
A tinta tinge a tela, assim feito esta velha madrugada que se transforma em um novo dia.
E as frases surgem, curtas, inquietas desmaterializando insônias erros e desatinos.
O mundo parece não ter lógica, ou pior, faz o maior sentido!
Há um poema preso na garganta, resultado de um saber que não deve ser dito.
A verdade, em todos os sentidos é perversa.
A mentira em todas as ocasiões gera ansiedade.
Há um pássaro preso na gaiola aberta,
Há o tempo perdido na gaveta, as poesias no bolso e os sonhos nas mãos,
A tinta tinge a tela, assim feito esta velha madrugada que se transforma em um novo dia.
E as frases surgem, curtas, inquietas desmaterializando insônias erros e desatinos.
O mundo parece não ter lógica, ou pior, faz o maior sentido!
terça-feira, 4 de outubro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Sanatório Geral.....
Amarrem os loucos,os fracos e os diferentes!!!
Prendam-os em brancos hospitais entre quatro paredes e silêncios abissais.
Não permitam o contágio da sociedade por estas almas deslavadas e transparentes,
Ofereçam a eles seringas dormentes e sonhos não seus.
Em sua pele apenas o vestido azul,onde não há sequer um bolso para guardar baseados ou esperanças idas,
O contato com o lado de fora oficializa-se nulo...
A sanidade estará a salvo se a unanimidade for burra.
Prendam-os em brancos hospitais entre quatro paredes e silêncios abissais.
Não permitam o contágio da sociedade por estas almas deslavadas e transparentes,
Ofereçam a eles seringas dormentes e sonhos não seus.
Em sua pele apenas o vestido azul,onde não há sequer um bolso para guardar baseados ou esperanças idas,
O contato com o lado de fora oficializa-se nulo...
A sanidade estará a salvo se a unanimidade for burra.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Presença.
Existem aqueles dias que parecem surreais.
A mente gira feito um ventilador,
As palavras não acompanham os pensamentos
As informações convergem,
As ideias divergem
e no último momento aquele olhar suspenso
o café inexistente queimando a boca
E agora, depois de tudo, esta presença que não liberta minha pele.
A mente gira feito um ventilador,
As palavras não acompanham os pensamentos
As informações convergem,
As ideias divergem
e no último momento aquele olhar suspenso
o café inexistente queimando a boca
E agora, depois de tudo, esta presença que não liberta minha pele.
sábado, 27 de agosto de 2011
SUSTENTABILIDADE.
A economia gaúcha cresceu 5,8% no segundo trimestre comparada ao mesmo período do ano de 2010, que por sua vez já havia sido o maior dos últimos anos de estabilidade do real.
Santa Rosa é uma das cidades do estado que vive seu pleno crescimento econômico. O desenvolvimento da área agrícola e do setor civil, que tem sido duas áreas de destaque no município nos últimos anos, levam ao desenvolvimento indireto de diversas outras áreas.
Duas das nossas grandes empresas que trabalham com o recebimento de grãos, anunciaram o investimento de 15 milhões para expansão das mesmas, nosso frigorífico, com ou sem restrição de carne suína,cresce plenamente, prova disso é sua expansão física...
Os leitores devem estar perguntando-se a necessidade de informações tão óbvias, respondo que, apenas para constatarmos juntos nosso crescimento e para que possamos, não importando a tendência ideológica , analisar a sustentabilidade deste crescimento.
É de conhecimento público que nossas grandes empresas estão situadas DENTRO da cidade, gerando problemas de trânsito, contribuindo para com a morte do nosso rio pessegueirinho, fazendo com que respiremos ora cheiro de leite condensado, ora cheiro de suínos, em determinados dias deixar uma roupa branca no varal serve como ônus da prova do pó de grãos que circula pelo ar. A grande justificativa de nossos empresários e políticos é de que a cidade cresceu e aproximou-se das fábricas.
A pergunta é a seguinte: E por que é que as empresas continuam crescendo DENTRO da cidade? Não há uma área industrial para isso? Se vivemos esta problemática hoje , o que acontecerá em 30 anos? E qual o motivo de tantas reservas para assumirmos o problema se, no momento em que o agente poluente sai de suas cercanias e fere o direito do outro, o assunto deve ser tratado como de utilidade pública????
Profissionais da área da saúde e estudos comprovam a relação da poluição do ar e o aumento do número de internações por problemas respiratórios, bem como o aumento anual do consumo de remédios para renites e problemas alérgicos causados pela poluição, ou seja, sobrecarrega-se o já tão debilitado SUS, e onera-se a população com gastos em fármacos que com o tempo serão origem de outras mazelas.
Qual é o custo disto para os cofres públicos?????
Não podemos erguer bandeiras de estagnação econômica, mas precisamos ser, enquanto seres humanos, responsáveis o suficiente para discutir, sem ransos, assuntos que dizem respeito a toda a população.
É imperativo que o desenvolvimento tecnológico venha acompanhado do desenvolvimento cultural e sustentável . É importante que as discordâncias existam, (pois de que valeria uma unanimidade burra ? ) porém elas não devem impedir o debate sério e a busca por soluções que tenham como prioridade o bem estar comum, direito, por sinal, garantido na constituição.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Tomar decisões tem sido a grande tarefa do ser humano. Acordamos e a situação já começa...
Que roupa vestir, café ou leite, fritas ou alface,ir ao trabalho a pé ou a cavalo...?
Ser sincero com as pessoas ou manter a amizade, segurança emocional ou financeira...
Ter filhos ou não 5 ou 6? I pod, I pad, hi-fi, wiiiiiiiii....!!!!!!
Em um dado momento o individuo cansa, pane geral.
Pára no meio do caminho, pré-estabelece a eterna rotina e para não precisar decidir não muda nunca mais.
E os dias seguem iguais, com suas repetitivas 24 horas.
O cinza predomina, os olhos não brilham...
E a menos que o cara já esteja morto por dentro, chegará o dia em que não suportará mais o marasmo, os dias viciados e viciosos e de novo terá que decidir.
Sim senhores! Este é o fato que me faz crer que as decisões são tão imprescindíveis na vida quanto o alimento....a dúvida é o que nos move...a coragem é o que nos faz errar...
Os erros nunca são perda total, sempre há...sempre resta algo.
O rumo do caminho depende da esquina escolhida.
Então nos resta apenas tomar a própria vida nas mãos e fazer tudo aquilo que realmente amamos.
As decisões são sempre mais fáceis quando sabemos para onde queremos ir. E como saber? Decidindo por aquilo que faz nosso coração bater mais forte e que mesmo sendo de gosto duvidoso para meio mundo nos faz imensamente feliz.
Fernando Pessoa exprime em poesia o que minha avó também dizia:
“PARA SER GRANDE, SÊ INTEIRO,
NADA TEU EXAGERA OU EXCLUI.
SÊ TODO EM CADA COISA,
PÕE QUANTO ÉS NO MÍNIMO QUE FAZES.
ASSIM EM CADA LAGO A LUA TODA BRILHA
PORQUE ALTA VIVE “
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Nudez
De súbito, uma saudade.
Daquele riso fácil, da falta de noção de mundo.
Da ignorância a respeito da maldade como meio de poder.
Saudade de acreditar em uma igreja, em um partido, em uma pessoa.
Tudo muito bem organizado,
Nada a questionar , nem um mundo a salvar .
Isso já fazem uns bons vinte anos.Quando ainda existiam as quatro estações.
No tempo em que as tardes de inverno eram de uma luz limpa e o cheiro de bergamotas impregnava o ar...
E na chegada da primavera, as pitangas....
Ah, as pitangas!
Com todos os tons de vermelhos e roxos que se diziam pretos...
Amoras e frutinhas do campo....flores minúsculas... o vento no rosto....o cabelo emaranhado e sem a menor necessidade de ser diferente.
Tudo tão perfeito...pintura bucólica, poesia em estado líquido...
O pensamento da mocinha, porém já estava a percorrer novas sensações e realidades.
E nunca mais voltou.
A criança sem família,a morte, as drogas, as religiões que exigem subserviência. Um Deus que vê isso é bom ou é mau?O amor, o que é afinal?E o pecado?E que borboletas são estas a voar no estômago?
Leu a bíblia, estudou Buda , mantras e tantras, teve amores tantos e tontos.
E descobriu Freud,Charcot,Jung , Hannah e outros Pessoas que foram tecendo sua cabeça,
Desfazendo seu ser.
E nada mais veste sua pele agora.
Não existem padrões que compreendam sua alma.
A liberdade de pensamento é ampla e assustadora.
A solidão, subterfúgio para esta falta de semelhança.
As roupas de mocinha já não vestem a mulher...
O segundo passado já a fez novamente outra...
E daquelas tardes com sabor de pitangas?
Restou apenas a cor em suas unhas vermelhas.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Meus braços ficaram no ar, a espera do abraço.
Meus dedos, definem esta solidão em um simples traço
que mancha o papel e desliza sob a face,
Os dias de chuva quando assim solitários, são doces.
Tão doces quanto a memória do nada...pura paz.
As nuvens derramam-se,
As árvores gozam as gotas por instantes verdes,
Meu azul espalha-se pele, boca e sentidos...
E aquele abraço, já não mais importa.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
DESenganos
Como olhar de fora a nossa própria alma por dentro?
No reflexo de outros olhos me vejo tão imperfeita e falha,
Um acumulado de coisas inúteis, um quase sótão de lembranças abandonadas.
Navalha na carne, teto de vidro....
Desfaço-me em cacos e cortes, integrando-me à esta ou àquela poesia.
O mundo sempre foi das pessoas óbvias,
A compreensão é dada apenas àqueles que são compreensíveis.
Inteiros.
E eu, tão perdida entre o que não há e a obviedade ...
Se me faço uma, assassino outra.
Desfaço as malas, as gavetas , os pensamentos e me pego imóvel, ainda sentada na mesma cadeira.
O café frio.
O cigarro apagado.
As flores murchas.
Os bilhetes em branco com o endereço de como voltar...
Percebo, que todas as placas estavam erradas e havia uma leve cortina sob teu olhar.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Instantes de luz.
Hoje, ao zapear canais afora, televisão adentro, eis que me deparo com um programa interessante...
Um programa, que divulga ações de responsabilidade social no mundo todo. E pasmem, ou não! As ações eram realizadas por cidadãos comuns, tipo, eu, tu, nós,vós, eles....
Não curto televisão e muito menos derramar lágrimas diante da tela de vidro, mas confesso que me emocionei.
Uma africana, viúva, miserável, conseguiu 15 dólares emprestado em um programa de microcrédito comunitário, comprou galinhas, iniciou uma criação, pode alugar uma casa paupérrima com um patiozinho, onde plantou cada espaço com alimentos, vende ovos, frango, verdura e começa a reconquistar o sorriso e o sonho de dignidade....
Diversas situações assim, a moça que salva golfinhos, pessoas que lutam pelo não uso de peles, a associação de moradores que consegue reciclar 100% do lixo produzido em seu bairro gerando emprego e possibilidades para seus moradores...
Quando terminou o documentário havia em minha mente o seguinte recado escrito:
AINDA HÁ ESPERANÇA!
Tem tempos que venho cansando de lutar, de sonhar com um mundo menos estúpido,onde o indivíduo possa ser verdadeiro sem sofrer punições que fazem a cada dia mais a verdade parecer um crime....somos obrigados a engolir nossas próprias emoções e vontades e tudo parece um grande novelo político que divide os indivíduos entre ordinários e extraordinários, criando já, a partir deste preceito, a disputa que não nos permite a união pela manutenção de um mundo mais humano e habitável.
Somos obrigados a respirar pó e merda em função de uma sociedade desinvolvimentista que não sabe para onde vai, que nos recompensa a sede de água pura com canais de televisão que só transmitem tragédias, nos induzindo a pensar que em nosso quadrado nem tudo está tão ruim...E seguimos assim: cabisbaixos, olhando apenas para nossos próprios pés ou umbigo para que a realidade não nos chame a sair da linha de conforto. Infelizmente com isso perdemos o pôr do sol, o voo dos pássaros, perdemos o sorriso da criança e a surpresa diante da beleza de uma flor de inço...
E quem, entre tsunamis e rebeliões vai lembrar de ter a sensação de imitar o borbolear da borboleta ou deitar na grama verde e imaginar um céu de algodão doce com desenhos comestíveis....???
E quem, entre tsunamis e rebeliões vai lembrar de ter a sensação de imitar o borbolear da borboleta ou deitar na grama verde e imaginar um céu de algodão doce com desenhos comestíveis....???
O mundo parece ruim! O mundo está ruim, pois é assim que nós o idealizamos...com esta pressa toda , que nos faz passar em branco...
O que vamos fazer a respeito?????
Pequenas atitudes fazem a diferença.
Lembrem-se, de que, corisco é um beija-flor tentando apagar um incêndio.
terça-feira, 21 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Sobre o silêncio que já não é.
Tudo grita,
e ainda assim o silêncio é visceral,
Tudo é múltiplo...
e ainda assim só resta a solidão como endereço de fuga...
Sou um escarro de vida, resultado do gozo e da dor,
Tão efêmera quanto as cinzas de um cigarro velho, afogadas numa taça de vinho barato.
Sou a parte que resta entre a lentidão dos meus passos e a pressa do meu olhar,
um quase nada...um quase mar.
O mundo não foi feito para ternuras...
O poema é uma aberração!
Ele desloca o eco do oco do sentido.
O poeta , é o desenho da estupidez.!
Sempre pensando, sempre sentindo.
A pele em chamas, a mente em pedaços,
E o idiota do poeta, sempre em busca das asas que os humanos nunca possuíram.
O poeta é uma aberração!
Corta pedaços de carne, no exato momento em que seu coração sangra.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Até quando a alma pede um pouco mais de calma...
Muito se perde, entre a pressa dos meus olhos
E a lentidão dos meus passos...
sexta-feira, 20 de maio de 2011
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Madrugada...
Em meus olhos, carregados de cores e sono, a sensação passada de mundos noturnos
confunde-se com estas palavras objeto que desejam-se, despejam-se...
Como se houvesse um desabamento central da alma, página afora.
Facas, navalhas, cacos de vidro inexistentes causam-me cortes abissais
de onde saltam formigas enfileiradas feito pesadelo que se tem acordado.
Um menino mastiga giletes,
O outro afina silêncios...
A menina vende sua alma,
Eu, vendo meus olhos e sigo, umidade afora.
Dentro do escuro a paisagem é toda azul...
E há o som de pianos ao longe,
As cidades são desenhos de castelos de pedra
E os corações, pedras de gelo.
Amanhece, e a sensação noturna ainda é.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
sobre a simplicidade que não há.
Já não posso ser pai, ser mãe, ser nada ....da poesia moderna, da arte contemporânea,
Já existem baudelaires e Anitas às pencas.
Já existe Pessoa sendo nada e a parte disso tendo nele todos
Os sonhos do mundo.
Também não posso ser Madre Teresa, Joana D’arc, posto que sou muito covarde.!
Ser eu mesma tampouco, reconhecido serzinho sem nexo, nem plexo , nem sexo ,
nem sonho...
nem sono, eira ou beira...
A indefinição me torna artista?
A arte me torna indefinida?
E quem sou senão um amontoado de tintas e cores e sangues que sangram sem sangrar,
Veias afora
Alma adentro?
E quem sou, senão as impressões que passam e me fazem sentir sempre.
Sempre dor,
Sempre o mundo,
Não sou poeta!
Não sou artista!
Sou nada...e nada sendo posso ser tudo aquilo que quero.!
Simples assim.
sábado, 23 de abril de 2011
Ser feliz para não ser mau?!
Não há como fugir ao assunto: O ser humano a cada instante está mais próximo da maldade, prova disso são as notícias diárias que ouvimos, no rádio, televisão, jornais e outros meios de comunicação e acima de tudo à quantidade de atitudes do tipo que nos atingem diretamente a pele.
Já defendia Rousseau, que o corrompimento do caráter do indivíduo se dá em função do meio onde vive, e devemos reconhecer que, vivemos em um século onde simplesmente atropela-se o outro, afinal, quanto mais gente for derrotada no caminho da “evolução”, quanto mais gente parecer doida ao pensar seus próprios pensamentos, menos alguns para disputar holofotes ou grana dentro do cercadinho que estipula aquilo que é “viável e normal”.
Observo tristemente que não há setor do mundo que fuja a esta regra: Transformar em degrau, o outro. Anular as opiniões que desafiam o sistema estabelecido. Acontece em todos os meios, das artes plásticas à literatura, do grande supermercado ao boteco da esquina, do hospital bem equipado ao postinho da vila, das comadres que se juntam para falar da vida alheia aos paparazzi, que da mesma forma alimentam-se e alimentam-nos de futilidades.
E os governos então?
As hierarquias?
A justiça e os grandes burocratas?
Seguindo esta linha de raciocínio parece-me que o grande responsável por transformar a maldade humana em veículo de conquistas é o poder... é este que cega nossos olhos impedindo o desenvolvimento coletivo.
É a busca pelo poder que nos estimula a correr vida afora, desejar o ultimo lançamento da moda, o carro do ano, manter o status quo, é a obtenção do poder que nos instiga a eliminar inclusive aqueles que nos acompanharam na jornada até ele.
Questiono a mim e aos leitores: Quais são nossas pequenas maldades diárias? E alguns responderão: Eu sou do bem, vou à igreja, pago minhas contas, não faço nada errado!
E qual é o conceito de erro?
Há muita amargura no cotidiano das pessoas, vamos criando rugas e guardando nossos sonhos mais verdadeiros no lugar mais sombrio e profundo de nossa alma, para que ninguém possa atingi-los e sufocar aquilo que nos faria feliz um dia ...
Vivemos presos a conceitos e regras e isto é estar a um passo da falta de sentido, das atitudes mais estúpidas, pois se nego a mim mesmo o direito de viver em paz e feliz como vou desejar a paz e felicidade daqueles que me aprisionam?
Como viver a vida toda esperando o momento certo, se a única coisa certa que nos espera é a morte?
Amizade sincera é artigo raro. Olhar no olho pode ser mal interpretado!
Torna-se óbvio que, o ser humano evoluiu muito mais cientifica de que espiritualmente e agora não há coerência entre o que criamos e o que sentimos, o tempo a cada dia mais veloz vai transformando definitivamente o mundo, como já dizia Cazuza, num museu de velhas novidades.
O grande problema é que para as mazelas espirituais da sociedade não há invenção que as solucione, posto que, cada ser é um universo, cada ser é um mundo ou uma estrela que possui brilho e órbita própria. A única grande esperança é o reconhecimento dos valores humanos tendo em mente o respeito à individualidade de cada um e às suas preferências e opiniões. Ou tocamos nossos filhos com o beijo do amor ao nascer e para isso precisamos estar dispostos a reaprender a amar, ou seguiremos este processo de autodestruição do planeta e de nós mesmos... ou aprendemos a perdoar nossos próprios erros e o dos outros,ou morreremos sem extinguir a sede de vingança em relação a um mundo que nós mesmos tornamos imperfeito.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Hoje, amanhã do ontem.
O tempo de novo
tempo velho, tempo novo...
hora de crescer ou desaparecer...
hora de ser ou simplesmente esquecer...
O dia pesa em meus olhos,
a mente divaga até mesmo nos pesadelos sonhados,
Não sei o que faço com tudo isso,
Se despejo em telas que já não fazem o menor sentido,
Não sei o que faço com esta não vontade,
com este desejo morto,
Não sei afinar meus próprios silêncios,
Não sei morrer a cada dia e continuar existindo...
E este deserto de mundo parece-me extenso demais...
Eu sou o meu próprio veneno.
tempo velho, tempo novo...
hora de crescer ou desaparecer...
hora de ser ou simplesmente esquecer...
O dia pesa em meus olhos,
a mente divaga até mesmo nos pesadelos sonhados,
Não sei o que faço com tudo isso,
Se despejo em telas que já não fazem o menor sentido,
Não sei o que faço com esta não vontade,
com este desejo morto,
Não sei afinar meus próprios silêncios,
Não sei morrer a cada dia e continuar existindo...
E este deserto de mundo parece-me extenso demais...
Eu sou o meu próprio veneno.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Quem fará poesias para um rio morto.???
Escrevi este texto para o jornal A Folha, da cidade de Santa Rosa, no qual sou colunista da página Cultural.
Apesar de eu me referir a um rio existente em minha cidade acredito que a situação se repete em praticamente todas as cidades brasileiras.
Sinceramente não consigo conceber e não quero compreender o descaso da população e governos a respeito.
Sem maiores delongas, vamos então ao post.
Apesar de eu me referir a um rio existente em minha cidade acredito que a situação se repete em praticamente todas as cidades brasileiras.
Sinceramente não consigo conceber e não quero compreender o descaso da população e governos a respeito.
Sem maiores delongas, vamos então ao post.
Quem fará poesias para um rio morto???
Vivemos um momento onde o planeta terra está a nos retribuir parte dos maus tratos. Tsunamis, terremotos, enchentes, escassez de água e comida, tragédias ambientais de todas as espécies. Novas pragas na lavoura, novas doenças geradas por desequilíbrio ambiental a cada ano.
E o homem do alto de seu salto ou “ sabedoria” continua a derrubar árvores, posto que elas estão sempre no lugar errado e não se prestam sequer a balbuciar um pedido de desculpas. A lei que regulamenta a preservação de APPs ( área de preservação permanente) serviu principalmente para criar discussões ferrenhas entre agricultores, desenvolvimentistas e os denominados “ecochatos”, porém a situação de descuido com os rios continua a cada dia piorando.Assoreamento, esgoto,depósito de lixo,local de despejo de poluentes de empresas, é esta a realidade.
Se no interior o problema maior é o veneno que vem das lavouras e o desmatamento da mata ciliar para melhor aproveitar o espaço físico da terra, nas áreas urbanas o problema é tão grave ou até pior. O rio Pessegueirinho por exemplo, que cruza nossa cidade, tornando-se parte obrigatória do trajeto diário de centenas de pessoas que deslocam-se dos bairros ao centro, o mau cheiro que o rio exala é algo simplesmente assustador, identificar o que é despejado para que este cheiro putrefato grude á pele e fique pairando dentro dos veículos que por ali passam é simplesmente urgente. E a questão mais preocupante é: O despejar destes poluentes é diário e constante, porém estranhamente aos sábados e domingos o cheiro é completamente diferente, fato que torna gritante o envolvimento de alguma empresa. Esta situação precisa ser resolvida!
Existem diversas questões ambientais a serem resolvidas em nossa cidade, entre elas também há o grave problema de poluição do ar, o que faz com que cada bairro possua um odor característico, e em determinados dias respirar é um esforço.
Alguém esqueceu de plantar as rosas?
Precisamos urgentemente exigir e contribuir com a construção de políticas ambientais e fiscalizar a aplicação destas, considerando que objetivo deve ser sempre a preservação ambiental.Criar multas e acima de tudo aplica-las, em caso de descumprimento das leis também se faz salutar, posto que, o ser humano aprende mais facilmente quando o dinheiro que possui é ameaçado.
Existem atitudes bem menos onerosas e mais simples, porém, com certeza aos olhos da maioria, bem mais utópicas.Todos sabemos, como separar o lixo, a importância de consumir apenas o necessário e tendo espaço cultivar sua horta orgânica, onde já poderia ser reaproveitado o lixo orgânico produzido em casa, sem falar nos benefícios físicos e psicológicos de cultivar o próprio alimento livre de veneno.
Felizmente a passos lentos, porém existentes, percebe-se a cada dia mais a educação ambiental fazendo parte das atividades escolares, as crianças nos dão exemplos conscientes e não raro exigem de seus pais respostas e atitudes coerentes e nós adultos já não podemos mais nos dar ao direito de fechar os olhos,os ouvidos ou o nariz.
O mundo fala conosco. E parece estar zangado! É o momento exato de traçarmos estratégias de paz.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
...E ver que toda essa engrenagem, já sente a ferrujem corroer...
A cada dia valoriza-se mais o espetáculo, a notícia mais lida é a catástrofe, a polêmica rende muito mais que o consenso, o acidente muito mais que a normalidade, a crítica muito mais que a busca por soluções. E não são poucas as organizações dos meios culturais que, percebendo esta preferência da imprensa, e porque não dizer, aproveitando-se da subjetividade da arte contemporânea, se especializaram em ações espetaculares.
Grandes artistas e eventos da moda induzem e atraem uma quantidade considerável de público, contribuindo para que uma minoria tenha grande cobertura de imprensa, influenciando assim inclusive, as empresas patrocinadoras de projetos culturais a preferirem aqueles com maior apelo comercial e divulgação na mídia.
Cria-se assim um pacto em torno da cultura-espetáculo. O que não seria causa de preocupação tão grande, não fosse à coincidência de que a maioria destes eventos culturais oferecidos ao público carecem de embasamento cultural propriamente dito.
A conseqüência desta superficialidade é principalmente a velocidade com que surgem e desaparecem os ícones do momento, e percebe-se isso na literatura, na música, nas artes plásticas, cinema, seguindo arte adentro, fazendo com que o público torne-se um verdadeiro depósito de culturas descartáveis e os artistas meros repetidores de fórmulas certas, nada acrescentando ou só fazendo aumentar o monopólio artístico que nos cerca, permitindo que a indústria cultural, não apenas adapte seus produtos ao consumo de massas, como, em larga escala, determine o próprio consumo.
A constituição garante a liberdade de expressão,a liberdade de imprensa,assim como garante o direito á educação e cultura, consequentemente, a lógica seria propiciar que, de um lado a expressão seja livre,e de outro, que a sociedade tenha condições de filtrar conscientemente aquilo que é ou não útil para seu crescimento como um todo.
Um passo positivo em relação ao apoio á produção cultural que não é de interesse estritamente comercial, tem sido a criação de conselhos municipais , fundos de apoio, reformas nos sistemas culturais , inclusive a realização de conferências de cultura que viabilizam e estimulam o debate e conhecimento, buscando propiciar formas de democratização cultural, tendo como resultado o equilíbrio da diversidade cultural e envolvendo os interessados como parte atuante neste processo.
Assim como a arte, a imprensa não é um fim em si mesma, porém é um dos meios indispensáveis para se consolidar a democracia e o desenvolvimento intelectual da sociedade
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Desajustes
Ando por este mundo a descobrir cores,
a topar com gente malvada que anda por aí a matar poesia.
Ando a descobrir dores e insatisfações que me põe aflita,
Por dias vem-me este abandono, este quase desistir que me é tão inquietante...
Tenho medo que eles me vençam!!!!
E quem sabe, muito provavelmente eu já tenha nascido vencida...
nas lutas e na validade!
Isolo-me! nas folhas em branco, em verdes e escritas,
Um livro fala-me mais e sempre está em silêncio. Não tem a entonação maluca da voz daquela pessoa.
Preocupa-me, porém, esta total noção do vazio...
Este não querer fazer parte desta merda toda
e saber-me menor, muito menor que tudo isso.
E ao não fazer parte anulo-me!
E ao fazer parte corrompo-me!
E por mais que exista o resistir, um ou outro caminho sempre deve ser escolhido.
A luta pela lucidez torna-se um inferno de mil vozes e opiniões contraditórias.
A doença e a loucura me confundem agora.
E me causa medo todo este existir.
a topar com gente malvada que anda por aí a matar poesia.
Ando a descobrir dores e insatisfações que me põe aflita,
Por dias vem-me este abandono, este quase desistir que me é tão inquietante...
Tenho medo que eles me vençam!!!!
E quem sabe, muito provavelmente eu já tenha nascido vencida...
nas lutas e na validade!
Isolo-me! nas folhas em branco, em verdes e escritas,
Um livro fala-me mais e sempre está em silêncio. Não tem a entonação maluca da voz daquela pessoa.
Preocupa-me, porém, esta total noção do vazio...
Este não querer fazer parte desta merda toda
e saber-me menor, muito menor que tudo isso.
E ao não fazer parte anulo-me!
E ao fazer parte corrompo-me!
E por mais que exista o resistir, um ou outro caminho sempre deve ser escolhido.
A luta pela lucidez torna-se um inferno de mil vozes e opiniões contraditórias.
A doença e a loucura me confundem agora.
E me causa medo todo este existir.
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